11/04/2012

Questão indígena ganha destaque em "Terra Vermelha"

O texto abaixo é a reprodução da publicação disponível em: <http://cinema.uol.com.br/ultnot/2008/11/27/ult26u27402.jhtm>. Haverá uma projeção do filme Terra vermelha no Cineclube Müller-Granzotto, no dia 26 de abril (Saiba dos detalhes aqui).

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SÃO PAULO (Reuters) - Co-produção entre o Brasil e a Itália que concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2008, "Terra Vermelha", de Marco Bechis, é um drama ficcional que tem muito de documental, ao retratar os dilemas dos índios guarani-kaiowás do Mato Grosso do Sul em sua luta por território.

O filme entra em cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Dourados).




"Terra Vermelha", de Marco Bechis, retrata os dilemas dos índios guarani-kaiowás

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O lançamento de "Terra Vermelha" serviu de estímulo para que também o mais conhecido filme anterior do diretor, "Garage Olimpo" (1999), inédito comercialmente no Brasil até agora, fosse também colocado no cinema, só que apenas em São Paulo.

O roteiro de "Terra Vermelha", escrito em parceria pelo chileno Bechis e o brasileiro Luiz Bolognesi ("Chega de Saudade"), apoiou-se em pesquisas realizadas no Mato Grosso do Sul, que elegeram os guarani-kaiowás não só como seu tema, como também seus atores. Boa parte do elenco provém das comunidades dessa nação indígena nos arredores de Dourados (MS), onde se situaram a maior parte das locações.

A história começa com a crise provocada pelo suicídio de duas jovens índias, devido ao desespero de uma aldeia confinada a um território extremamente limitado, sem opções econômicas ou profissionais para os seus habitantes.

Atrás de uma saída, o cacique Nádio (Ambrósio Vilhalva) resolve guiar seu povo para a retomada de seu território tradicional, ao lado do rio, que há décadas foi ocupado por grandes latifundiários da região.

A ocupação dos índios, embora pacífica, causa reação num fazendeiro (Leonardo Medeiros, de "Feliz Natal"). A princípio, ele conversa com os índios, mas não está disposto a tolerar sua presença. Enquanto não se decide a uma medida mais violenta, coloca para vigiá-los um capataz (o ator italiano Claudio Santamaría).

O personagem que melhor simboliza o conflito interno dos indígenas é o jovem xamã Osvaldo (Abrísio da Silva Pedro). De um lado, ele se sente tentado pelo suicídio. De outro, é chamado a assumir seu papel de liderança dentro do grupo que, por se tratar de uma função sagrada, exige que ele evite o sexo.

Uma opção difícil, não só por sua idade, mas pela aproximação das duas filhas adolescentes do fazendeiro, anunciando outra ameaça de choque com o mundo branco.

No elenco, destaca-se também outro brasileiro, Matheus Nachtergaele ("O Auto da Compadecida", como o agenciador Dimas. Além deste filme, o ator atuou recentemente numa outra produção internacional, o filme venezuelano "La Virgen Negra", de Ignácio Costillo Cottin, exibido na 32a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.

(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

2 comentários:

  1. Rodrigo, Laura, Josi e toda a equipe do cineclube,
    Parabéns pelo trabalho na última sessão:da escolha do filme ao cuidado com quem foi assistir!
    Saimos da sessão mto mobilizadas e continuamos discutindo questões que o filme nos mobilizou!
    Desejo de sucesso para o projeto!
    Abraço,
    Ana Carol

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    Respostas
    1. Ana, obrigada pela participação!
      Gostamos muito do filme também, bom saber que mobilizou. A questão indígena precisa de mais espaço! beijos!

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